sábado, 26 de novembro de 2011

MOMENTO TRIVIAL

É estranho como às vezes coisas tão bobas e sem importância marcam momentos especiais.
Era um final de semana qualquer e Ela estava na casa dele. Num determinado momento Ele resolve ligar a televisão e os dois ficam zapeando e assistindo trechos de diversos programas. Param em um programa de auditório ridículo onde homens e mulheres participam para arranjarem namorados(as). E durante uma hora assistem ao programa, divertindo-se às custas dos “micos” alheios.
Não foi a primeira vez que assistiram TV juntos. Eles adoram fazer isso, seja para assistir filmes, jogos de futebol, programas toscos ou noticiários. Mas todas as vezes que eles sentam no sofá para ver televisão, um certo movimento mútuo e silencioso acontece naturalmente: ele se senta na ponta, apoiando-se na lateral do sofá e estica o braço para que ela se aconchegue em seu ombro. Ela tira os sapatos, dobra as pernas sobre o sofá e se recosta nele, apoiando a mão em seu peito. E assim, juntos, assistem o que quer que esteja passando na TV, porque naquele momento o que menos importa é a programação. Eles estão juntos, abraçados, vivendo um momento trivial e sem importância, mas divindo aquele momento… juntos.
Às vezes ela adormece no peito dele. Às vezes ele adormece no ombro dela. Mas não importa o momento, seus braços estão sempre se envolvendo, suas mãos sempre se tocando, seja no cafuné que ela faz no cabelo dele, ou no carinho que ele faz no rosto dela. E ela pensa em como é estranho mas ao mesmo tempo encantador sentir em uma pessoa “estranha” a intimidade de um momento daqueles, um momento tipicamente familiar. Existe coisa mais “família” do que simplesmente sentar no sofá para assistir televisão?

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